segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Preenchendo as lacunas do passado... Parte IV

Durante o ano de 2001 fiquei dedicado ao trabalho e não pratiquei qualquer esporte somente acompanhei de longe a evolução do vôlei e do judô. Neste ano começava o um novo capitulo do mais vitorioso técnico que o Brasil conheceu: Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho – Um exemplo de determinação, e que conhece profundamente o significado de trabalho duro. Com o passar do tempo aprendi a admirar sua obsessão pela perfeição. Neste ano conheci minha esposa e amiga Sabrina e começamos a namorar no dia 25 de Outubro.

No final do primeiro semestre de 2002 fui para o E.U.A a trabalho e fiquei aproximadamente 4 meses. Foi uma ótima experiência, mas o primeiro mês foi bastante complicado, sinceramente não estava preparado financeiramente ou psicologicamente para fazer uma mudança tão radical, sofri mais do que deveria (culpa minha) deveria ter me preparado melhor tanto financeira como psicologicamente, mas como sempre só vim entender alguns anos depois. No segundo mês encontrei uma academia de artes marciais em uma cidade próxima a que estava e que tinha jiu-jitsu e judô, praticava uma ou duas vezes por semana, mas não era constante e para minha surpresa em um determinado momento me presentearam com o “Black Belt” pela Liga de Artes Marciais - Illinois, mas sinceramente nunca entendi bem como funcionava esta liga e nunca me motivei, a saber, ela não tinha qualquer filiação com as federações reconhecidas ou que eu conhecia.

Quando retornei para o Brasil no segundo semestre descobri que seria pai! (Foi uma noticia maravilhosa), a Sabrina estava grávida e até o final de dezembro/2002 ele nasceria. Com a nova situação eu e Sabrina decidimos “casar” (juntar), fizemos uma pequena reforma no apartamento e iniciamos os preparativos para receber o novo integrante da família. Neste período de preparativos e com o estresse normal da situação, resolvi voltar a treinar, mas desta vez sem a pressão de estar em uma academia de judô ou clube, combinei com o Ricardo (primo Sabrina) e ex-atleta Associação de Judô Ypiranga a voltar a praticar o judô e desenferrujar um pouco os corpos desacostumados a treinos, havia uma academia do lado de casa e lá reencontrei o Catiboriam (Ex-Atleta do São Paulo F.C – Ligeiro) e por alguns meses praticávamos duas vezes por semana, neste período convenci a Andrea (prima Sabrina e Ricardo) a praticar judô. Ela era iniciante e na época com 14 anos aproximadamente, acredito que foi uma ótima experiência, varias vezes ela diz que gostaria de voltar.

Como previsto e após algumas pequenas complicações na gravidez o Eduardo nasceu! Loirinho de olhos verdes como eu! (Imagine o que tive que escutar e tenho que escutar até hoje) E como não poderia deixar de ser, um dos primeiros presentes foi o uniforme do glorioso Palestra Itália, afinal ser Palmeirense não é questão de opção. O segundo não foi o judogui (kimono), mas no meu pensamento já estava determinado que treinar judô também não é questão de opção. Eu acredito que ele precisará entender e viver a essência do judô, e que isto ira ajudá-lo e trará vantagens no futuro – a dedicação, disciplina e aprender a perder serão partes importantes desta vivência.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Preenchendo as lacunas do passado... Parte III

Em 1997 fiz a primeira tentativa de retorno ao tatame, afinal algum tempo antes eu também havia voltado a praticar a minha segunda paixão o voleibol jogava sempre que possível e escolhi fazer meu retorno na Vila Sônia afinal Sensei Massao Shinohara e Sensei Jun Shinohara sempre estiverem no topo do meu conceito tanto como Mestres, como seres humanos e, portanto naquele momento não existia lugar melhor para voltar. Em pouco tempo estava começando a me soltar e o ritmo estava melhor, apesar de não me dedicar da forma que gostaria, pois fazia algumas viagens a trabalho e utilizava uma boa parte do tempo para estudar tecnologia devido a minha profissão, sentia que estava evoluindo até que no segundo semestre daquele ano aconteceria mais um evento que novamente me tiraria do tatame.
Em um domingo do segundo semestre de 2000 no Parque Vila Lobos, eu conseguiria fazer aquilo que eu achava impossível, jogando voleibol eu torci o meu pé esquerdo de tal forma que sobrou somente o tendão, rompi todos os ligamentos e quebrei o pé em três partes, lembro-me até hoje que quando a minha mãe viu o meu pé ela começou a chorar e dizia que ele nunca mais voltaria para o lugar, felizmente ela estava errada! Ele voltou, mas durante um ano tive dificuldade para andar e sentia muita dor. Novamente fiquei sem praticar qualquer esporte, mas por causa desta situação acabei conhecendo minha esposa e hoje temos dois lindos filhos e que por obra do destino tiveram um impacto fortíssimo na minha volta ao Dojo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Judô Paulista - Por que eu estou incomodado?

Há algum tempo estou incomodado com os resultados obtidos pelo judô paulista e pela condução dos treinamentos efetuados para as crianças e atletas de forma geral. Eu não sou um filosofo do caos e muito menos prego esta situação, mas a experiência me diz que teremos uma entre safra longa de atletas do nível técnico do Thiago Camilo e Leandro Aguilero, que hoje são parâmetros do “judô clássico” de alto nível.

Do meu ponto de vista o judô de São Paulo parou ou regrediu, caso vocês se sintam mais confortáveis pode-se dizer que os outros estados evoluíram mais que São Paulo, mas independente da expressão utilizada o resultado é frio e único: “São Paulo tem perdido espaço para os outros Estados!”.

Analisando o judô de maneira simples e verificando o que envolve o treinar e aprender judô, concluo que para formar atletas de ponta demanda um grande esforço e anos treinamento para aperfeiçoar uma única técnica, este esforço envolve o atleta, a família, o mestre e professores com profundos conhecimentos de judô. E que se prestarmos atenção e sermos um pouco críticos perceberemos que mestres e professores deste nível são escassos nos dias hoje, e é possível contá-los nas “pontas dos dedos”!

Agora se ampliarmos este leque nós encontraremos outros “professores de judô” se é que posso chamá-los assim, eles se dividem em:

a) Aqueles que se preocupam somente com própria imagem, entidade ou academia e com os resultados obtidos em competições, e esquecem o atleta e o ser humano.
b) O outro é o professor de escolas, este normalmente é formado ou está cursando Educação Física e a experiência e conhecimentos de judô são nulos. Eles normalmente não têm o preparo ou o acompanhamento necessário para passar a filosofia e as técnicas do judô.

Sendo assim, os resultados destas duas figuras são interessantes: Juntos conseguem perder possíveis talentos para a época adulta, passam conhecimentos e valores distorcidos, enfraquecem associações tradicionais, institutos e pessoas do meio que querem a evolução do judô mantendo as tradições e espírito, gastam recursos que serão perdidos no tempo trazendo um retorno de investimento muito próximo de zero.

Na minha opinião o judô paulista me parece inerte e precisamos fazer algo ... Pensem e vamos ajudar!!!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Preenchendo as lacunas do passado... Parte II

Entre o final de 1989 e 1991 aconteceram alguns imprevistos que mudariam o rumo da minha vida. A primeira mudança ocorreu entre o final de 1989 e começo de 1990, o Sensei Akira Yamamoto a quem eu tenho muito respeito e que me ajudou muito no meu desenvolvimento como atleta estava deixando o Brasil e indo para o Japão, até aquele momento ele era o Mestre que eu tinha o contato mais próximo. Foi uma grande perda para mim naquele momento.
O segundo evento foi no começo de 1990 no torneio zonal da capital (a famosa zona 4) perderia na primeira luta para o Eduardo Nagazawa (Vila Sonia) de forma incontestável nem me lembro direito, mas deve ter sido algo como 2 kokas, uns 3 yokos e um wazari, foi a pior luta que fiz na minha vida e possivelmente uma das melhores lutas do Nagazawa. Na luta seguinte ele “perdeu” para o Marcelo Eguti (Vila Sonia) e por conseqüência eu estava fora e como conseqüência estava fora do Paulistano, Paulista e etc. Neste momento senti que o chão se abriu aos meus pés e eu estava prestes a cair, eu não entendia, havia me preparado bem, eu sabia que estava bem e meu preparo físico estava bom para aquela competição, porém naquele dia eu estava irreconhecível e foi uma decepção, afinal foi a primeira vez que não chegava ao paulista. A vida é assim quando a cabeça não pensa o corpo padece e em minha opinião o meu maior erro foi o excesso de confiança, pois eu tinha certeza que aquele ano seria o “MEU ANO”, e como deu para perceber eu estava completamente enganado.
Com o ano perdido no judô resolvi dedicar-me a faculdade e a empresa que acabará de me contratar, eu havia conquistado um aumento de salário e uma promoção de estagiário para operador de computador, que alguns meses mais tarde se tornaria em uma nova promoção para Analista/Programador, porém isto é outra historia e merece um outro post. No mesmo ano no segundo semestre aconteceu algo que definiu o meu afastamento de vez, jogando basquete “rachão” na faculdade rompi 2 ligamentos do tornozelo esquerdo e tive uma torção no joelho direito deixando-me aproximadamente seis meses sem fazer qualquer atividade física, porém meu afastamento das atividades físicas não era só pela contusão, mas também porque me dedicava cada vez mais as atividades profissionais que estavam trazendo resultado significativos, e assim foi até 1997.

sábado, 1 de agosto de 2009

Você quer ser o melhor? Então você precisa: Treinar, Treinar e Treinar

Vou descrever a experiência de pessoas que são conhecidas e que por algum motivo tornaram-se parametros, so que para isto tiveram que fazer seus sacrificios para alcançar seus objetivos.

Lições Aprendidas - Como evoluir

Aqui conterá os registros de experiências bem sucessidas e mal sucessidas, buscando sempre auxiliar as pessoas a não cometer os mesmos erros ou ajudando no aperfeiçoamento daquilo que deu certo.

Judô - Master

Irei trazer informações sobre o mundo do Judo Master, comentarios, cuidados, competições, e porque estas pessoas podem fazer a diferença no futuro do judô.

Projetos Sociais - Um exemplo de cidadania

Vou divulgar os trabalhos sociais que envolvem o judo como um meio de inclusão social e como o conjunto de ações que vem obtendo sucesso em um pais que ainda engatinha na valorização da criança, idosos e no bem estar das pessoas.

Fotografia em Preto e Branco

É um espaço destinado a lembrar do passado. Lembrar dos mestres, amigos, das conquistas, das frases bem colocadas, das frases mal colocadas, dos treinamentos, das tensões antes das competições, das frustações e etc.

Neste espaço toda ajuda é bem vinda portanto conto com ajuda de vocês, lembranças são sempre bem vindas e aprendemos com elas.

Nossos Mestres e Heróis

O Brasil tem uma carência de heróis, mitos e lendas esta situação permanece até hoje pela falta de informação e por problemas de divulgação que não atingem um publico renovável (crianças e adolescentes) e por esta deficiência não conseguimos eternizar as pessoas e situações que fizeram de algo desconhecido e/ou desacreditado em algo grandioso, mostrando que a genialidade e determinação de algumas pessoas podem transformar a vida de muitos indivíduos e indiretamente afetar a vida de outros milhares.

Meu objetivo neste tópico “Judô Brasil – Heróis” e registrar acontecimentos e percepções da visão de atletas, amigos e apaixonados pelo esporte, dos heróis que fizeram do judô Brasileiro um parâmetro mundial e que ajudam diariamente a transformar pessoas comuns em guerreiros com a determinação de vencer e ajudar o próximo.

Inicialmente gostaria de escrever das pessoas que conheci e tive algum contato. Os meus comentários serão baseados nas minhas lembranças e nas lembranças de amigos ou conhecidos.

Para que tenhamos um horizonte às pessoas que irei escrever inicialmente são:

Raizes
- Ryuzo Ogawa;
- Massao Shinohara;
- Chiaki Ishi;
- Fuyo Oide;
- Naka;
- Akira Yamamoto;
- Kurati;
- Uichiro Umakakeba
- Paulo Duarte.

A nova geração
- Hatiro Ogawa
- Hitoshi Ogawa
- Luiz “Jun” Shinohara
- Floriano Almeida
- Walter Carmona
- Luiz Onmura
- Aurelio Miguel
- Rogerio Sampaio
- Ricardo Sampaio
- Douglas Vieira

O Resultado
- Flavio Canto
- Tiago Camilo
- Leandro Aguilero
- Henrique Guimarães
- Carlos Honorato

Novos Mestres – Eu acredito neles
- Sergio Lex
- Fernado Maionche
- Flavio Honorato
- Mauricio Kawahara
- Eduardo Miyasato